segunda-feira, 4 de julho de 2011

Porque eu "detesto" a Tati Bernardi


Assim como são as pessoas são as criaturas, e se fôssemos todos iguais o mundo seria chato além da conta, certo? Porque digo isso? Porque não gosto dessa autora, a tal da Tati Bernardi*. Tudo que ela escreve me passa uma sensação de desvario, glicose em excesso, sentimentalismo exacerbado e culto ao erro. Me pergunto quantos diabéticos já não devem ter morrido lendo os escritos dela.

Cá do meu canto, continuo na minha função de observar vocês terráqueos na sua eterna atividade de quebrar a cara e não aprender. E vejo o quanto a celebração dos extremos é importante para vocês, habitantes desse planeta. As mulheres, claro são as que puxam o bonde. Os homens, dominados por elas desde sempre, só fazem o que elas querem, seguem o bonde. O sucesso que fazem os textos dessa moça são um exemplo dessa civilização que se criou, onde a paixão, onde o calor, onde a adrenalina e a emoção no máximo são a tônica. É uma civilização sem sutileza, que desconhece o prazer do autoconhecimento, da delicadeza, e da paz de espírito. É a civilização onde o sofrer, o se dar mal, e os becos sem saída emocionais são celebrados com passadas de mão na cabeça.

Imagino um futuro onde as pessoas não terão medo de se relacionarem umas com as outras, construindo laços de formas e cores variadas. Amor será algo superior a essa mania de paixão, a esse produto que se inventou. Mas para chegar-se nesse ponto, seria necessário que se parasse de vender (ou traficar?) a paixão como um produto tão mais atraente que o amor. Tal como são as drogas, só que nesse caso, algo perfeitamente legal, permitido, estimulado e vendido como mais do que realmente é.

A paixão e a cultura em torno dela, está para o espírito humano como o fast food está para o corpo. É bem-vendido, se acha em todos os lugares, é barato, colorido e atraente, mas não presta pra saúde. Já o amor, ah... o amor é a comida caseira, é aquela coisa que os vendedores da paixão insistem em taxar de sem graça, de demodé, de sem sal. As Tatis Bernardis da vida só comem paixão, são as primeiras a pularem dizendo que sem paixão a vida não existe. Pera lá! Quem disse, cara-pálida? Não no meu planeta. No meu planeta quem manda é o amor. Porque o amor em vez de tirar a consciência, de nublar a visão, nos torna mais lúcidos. E quando somos mais lúcidos, nossa visão fica mais sensível. A ponto de vermos nas coisas mais simples da vida cores que nem pensávamos que existiam.

Não que a paixão não devesse existir. Mas que se venda com seu verdadeiro tamanho, importância e informações nutricionais impressas na embalagem, por favor.

Muito amor pra vocês.


* Tati Bernardi é uma escritora e roteirista de TV paulistana. Seus textos são muito bem escritos, mas fazem um mal enorme à saúde emocional das pessoas.