quarta-feira, 14 de março de 2012

Abolição



















Hoje aboli alguns segredos,
Aboli também alguns medos e delírios...
Decretei, com a pena exata e cruel do destino
A abertura de um processo de libertação
da minha escravatura.

Exigi do meu futuro um abrandamento
Que não seja um fim, para o sofrimento
Ao menos que eu veja, que eu sinta
Um caminho a seguir, sem mentira, sem fintas
Uma estrada clara,ou uma forte viga
Não quero mais empurrar com a barriga.

Hoje aboli toda uma história de procuras cegas
Todo um passado de noites em trevas
Em negação de prazeres e fé.
Me permiti o direito de sonhar com futuros
De sair de subterrâneos, porões escuros
E na luz do dia, postar-me em pé.

Na ressaca da festa da libertação,
Me tornei consciente da minha verdade
Sou um livro aberto, minha própria ficção
A navegar o revolto mar da liberdade.